3 mulheres descendentes de japoneses, uma cervejaria.
Não tem como começar essa história sem ser por ela: a cerveja. Afinal, foi entre conversas de bar, encontros e festivais cervejeiros que vimos que tínhamos muito em comum: além de descendentes de japoneses, também éramos umas das poucas mulheres no mercado. Alguns anos e copos depois, que nós três, Fernanda Ueno, Maíra Kimura e Yumi Shimada, iniciamos o projeto da cervejaria, a coisa ficou cada vez mais séria. E foi aí que o nosso caminho se cruzou com o da pessoa perfeita pra sentar nessa mesa com a gente: a amiga e nova sócia Tânia Matsuoka.
Essa união aconteceu quando percebemos tantas e tão fortes semelhanças. Estivemos sempre alinhadas a um propósito em comum: nos unir para buscar nossas origens, quebrar os estereótipos em volta do nosso gênero e nossa história, mostrar que mulheres também podem e devem participar de ambientes que geralmente são considerados masculinos, e provar cada vez mais que cerveja não tem gênero. Tudo isso, claro, fazendo o que a gente mais gosta: receitas com história.
Cada uma das nossas criações é o resultado de uma busca por nossa ancestralidade. Inspiradas nessa mistura tão rica em aromas, sabores e cultura, buscamos celebrar a união entre o Brasil e Japão de um jeito contemporâneo, sem clichês ou ideias pré-estabelecidas.
Nosso nome, Japas, é um termo muito usado no Brasil para se referir aos descendentes de japoneses. E isso às vezes acontece mesmo sem pedirem a nossa permissão. É por isso que resolvemos ressignificar e nos apropriar desse adjetivo. Afinal, se o lugar de fala é nosso, a palavra também deve ser, né? Então, que ela seja usada com orgulho e para representar quem somos: Nipo-brasileiras.